terça-feira, abril 23, 2013

The original and unique Fleetwood Mac

Olá pessoal!

J. McVie, D. Kirwan, P. Green, J. Spencer e M. Fleetwood: alma blues
Continuando na mesma linha das últimas postagens (Brian May, Aerosmith e Jethro Tull), digo, fuçando o velho baú, voltando no tempo mais de 40 anos e esclarecendo/tirando a limpo o passado de clássicas bandas de rock, que muita garotada faz mau juízo do som atual, dessa vez lembraremos de um período curto, porém mágico, de um quarteto, logo depois quinteto, que sacudiu Londres entre 1967 e 1970, com uma juventude bebendo na fonte do blues de B.B. King, Muddy Waters e Elmore James, sob a benção de um dos pais do blues inglês, John Mayall. 
Estou me referindo a um dos ícones da explosão do blues britânico, o legendário grupo Peter Green's Fleetwood Mac, ou apenas Fleetwood Mac.

Primórdios: Green e Fleetwood on stage em 1967 (pré-Kirwan)
Logicamente não é pretensão do blog contar aqui a história de Peter Green, Mick Fleetwood, John McVie, Jeremy Spencer e Danny Kirwan na banda (nem o faríamos), mas sim relembrar a música de extrema qualidade, ou melhor, a obra de arte imortalizada, nada descartável, desses exímios músicos, que nenhuma ligação possuíram com o AOR (adult oriented rock) praticado por uma outra era do Mac, que se rendeu (vendeu) a FM do fim dos anos 70. 


Indo direto ao assunto, recordando alguns momentos espetaculares dessa turma, temos possivelmente no lamento Need Your Love so Bad um dos primeiros clássicos da banda; ou seria o hit Black Magic Woman, que ganhou fama na versão do guitarrista mexicano Carlos Santana ?; E o que dizer do timbre hipnotizante e característico da guitarra de Green em I Loved Another Woman, que nos anos 90 ganhou versão tão boa quanto do irlandês Gary Moore; a pedrada na moleira Rattlesnake Shake; a suave instrumental e número 1 das paradas inglesas de 1968, Albatross; a cru (guitarra-baixo-bateria) e pesada Oh Well, segundo lugar nas paradas inglesas, com direito a solo de Kirwan e base de Green; a viagem lisérgica em Underway; a doce Man of The World, também 2º lugar no UK chart; o blues tradicional de Got to Move, comandado por Jeremy Spencer; Coming Home, novamente com direito a vocal e preciso slide-guitar do baixinho Spencer; a inquieta e eletrizante guitarra do blues-rock The World Keep on Turning; a versão para o clássico de Robert Johnson/Elmore James Dust My Broom, ou ainda o intenso e derradeiro hit desta fase, depois  regravado pelo Judas Priest, The Green Manalishi, top ten na Inglaterra 
Só para ficar nestes.


Infelizmente o uso constante de drogas (LSD, principalmente), afetou consideravelmente a saúde mental de Green, fazendo-o deixar a banda no auge, em 1970. 01 ano depois, por convicções religiosas é a vez de Spencer literalmente "sumir" e abandonar o barco, e depois reaparecer em uma banda religiosa de nome Children of God. Em 1972, Danny Kirwan sái de cena por problemas alcoólicos. 
Como num efeito dominó o FM fica sem seus 03  guitarristas da formação clássica. É o fim das longas jams e improvisos. 


Depois disso, conforme já mencionado, a banda toma um rumo musical, completamente contrário a este som, deixando para trás uma legião de fans decepcionados, desapontados com músicas de fácil aceitação, mais curtas, onde a guitarra é um mero instrumento de acompanhamento, quando não, tem seu espaço tomado/invadido por teclados. Uma pena.


Dica do Cameleone: Escutem, claro, os discos dessa fase, quero dizer, Peter Green's Fleetwood Mac e Mr. Wonderful, ambos de 1968, Then Play On (1969) e Kiln House (1970). E como aperitivo, bota aperitivo nisso, sugiro buscarem na rede um bootleg sensacional, audio da melhor qualidade (soundboard), stereo, duplo, uma gravação de Julho de 1968,  performado no Carousel Ballroom, em São Francisco. 
Duas observações interessantes deste registro são que Danny Kirwan ainda não fazia parte da banda, e a participação mais que especial na gaita (em 05 faixas pelo menos) de Paul Butterfield. Fora de série! Não deixem de ouvir.

Até a próxima!

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